O artesanato de Molongó é produzido em toda a Amazônia a partir de um conjunto de árvores ou arvoretas com características similares, como a cor clara do alburno e a relativa leveza da madeira quando seca. Uma das espécies de Molongó mais utilizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá - RDSM, no Estado do Amazonas, é a Maloeutia tamaquarina, tradicionalmente empregada no artesanato produzido na comunidade Nova Colômbia, localizada no setor Jarauá. O grupo de artesãos de Nova Colômbia é constituído por 10 comunitários, pertencentes a três grupos familiares. Os produtos normalmente são peças artesanais utilitárias ou decorativas recentemente, iniciaram a produção de brinquedos educativos para crianças, principalmente da primeira infância, que retratam paisagens e figuras da fauna e flora típicas da Amazônia. Os artesãos seguem um modelo de boas práticas de manejo na utilização das árvores de Molongó, criado a partir das pesquisas realizadas na RDSM. As árvores de Molongó são retiradas somente após atingirem um diâmetro de 25 cm, em um ciclo de corte de 33 anos. Além disso, a segurança dos manejadores é garantida no corte das árvores selecionadas. A RDSM está inserida no Ecossistema de Várzea, ou seja, toda sua extensão permanece submersa durante 4 a 6 meses do ano, e assim a extração das árvores ocorre somente nos períodos de seca do rio, entre os meses de setembro e fevereiro. O manejo do Molongó tem como objetivo garantir a sustentabilidade deste recurso florestal, aliando a conservação das espécies à geração de renda, em sinergia com o propósito de Unidades de Conservação de uso sustentável, de conservar a floresta em pé, garantindo a permanência e desenvolvimento da população em seu território originário.