Os conhecimentos tradicionais associados ao uso da palmeira Cauaçu (Calathea lutea) para produção de artesanato fazem parte de um conjunto de práticas e técnicas corporais reproduzidas no cotidiano. Teçume consiste na forma como as mulheres da RDS Amanã se referem ao ato de tecer fibras vegetais e transformá-las em artefatos domésticos e artesanato comercial. Por meio de pesquisa realizada pelo Instituto Mamirauá sobre a espécie foi possível definir as boas práticas de uso desse recurso, que consiste em: sua regeneração acontece por ampla germinação de sementes estocadas no banco do solo ao redor da touceira, os talos férteis não são removidos na sua totalidade, remoção de cipós que podem suprimir o crescimento das touceiras e corte das folhas mortas para facilitar sua regeneração. A produção de artesanatos a partir da fibra do cauaçu e de plantas usadas para tingir as fibras, tem seu domínio difuso entre as mulheres, a produção é destinada ao mercado e faz parte de uma estratégia de fortalecimento político e de sustentabilidade socioambiental e geração de renda para as mulheres moradoras desta região da Amazônia.