O Mel do Tumucumaque é produzido pelos povos indígenas da região a partir de seu profundo conhecimento do extrativismo e uso do mel das abelhas melíponas nativas, bem como de seus derivados em rituais, artefatos de caça e utensílios domésticos, além do seu uso medicinal. Mais recentemente também foi introduzido o cultivo das abelhas melíferas (abelhas com ferrão, africanizadas) dentre os povos da região, os quais possuem seus próprios modos de classificação das abelhas melíponas e melíferas, em suas próprias línguas. Em geral, definindo três grandes grupos: wanë, que são as melíferas; purupïn, as melíponas (abelhas nativas, sem ferrão); e okomo, (vespas e marimbondos).

As atividades de manejo da apicultura indígena foram iniciadas em 2001 com projetos do PDPI (Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas), que apoiou o começo da experiência. Após muitas dificuldades na manutenção dos equipamentos e ferramentas especializadas para a produção do Mel, as lideranças indígenas pautaram o Mel como forma de geração de renda para os jovens indígenas e suas famílias, contando com apoio do Iepé (Instituto de Pesquisa e Formação Indígena) e recursos do Fundo Amazônia a partir de 2017.

Hoje é expressiva a criação de abelhas no lado Oeste do Tumucumaque, mais precisamente na aldeia Santo Antônio, às margens do Rio Paru Oeste, onde reside um grupo de 12 famílias apicultoras. O interesse nesta espécie é crescente, por sua produção por caixa. Atualmente, a atividade também é desenvolvida por famílias indígenas nas aldeias Bona, Missão Tiriyó e Tuhaentu.